"Na vida nada é certo, tudo são possibilidades."

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Desordem Mental


















Eu tenho tentado cumprir minhas metas,
terapia, curso de espanhol,
faculdade de Serviço Social,
mas, o meu lado dona de casa
parece que tá travado.
Minha cabeça tá tão desordenada
quanto minha casa tá desarrumada.
 Preciso dar um jeito nessa desordem
tenho até vontade mas,
não consigo ter coragem.
Quanto penso em toda essa bagunça,
a única coisa que sinto vontade
é de sair correndo...

Outro dia li um texto que parece
que foi escrito para mim, sobre mim,
minha desordem, minha casa, minha vida.
Pedi ao autor para postá-lo aqui,e ele consentiu.

Sou semi-analfabeta de tudo, principalmente em coisas da internet... Acabei de pedir ajuda p conseguir achar este texto e do nada consegui... Nunca li nada tão parecido comigo nem com o momento q estou vivendo... parece até q vc me conhece. Mais uma vez quero te parabenizar pela sua maneira de escrever inteligente e convidativa. A leitura sempre é agradável.
21/10/09 às 14:13

É permitido eu usar esse texto no meu blog?
por  Elisa Marques
21/10/09 às 14:16 - Link

Por favor me responda... Só quero uma resposta q pode até ser não...
e de novo repito a pergunta é permitido usar esse texto no meu blog?
por Elisa Marques
25/10/09 às 22:43


Oi, Elisa. Pode usar sim, desde que dê o crédito a mim.
Ou seja, que coloque que o texto foi escrito pelo Zero
e retirado do link http://www.tipos.com.br/areas/zero/blog/2004/06/18/
a-poesia-de-dentro-desta-casa-1275642/ Obrigado pela audiência! ;-)
25/10/09 às 23:09 - Link























A poesia de dentro desta casa

Há migalhas de pão espalhadas pelo carpete. A poesia de dentro desta casa não é bonita,
não vende livros, não mobiliza multidões. É uma poesia rasa, esta do cotidiano aqui de dentro.
É poesia de vidraças manchadas por todas as chuvas que caíram e secaram — e largaram essas nódoas,
a embotar o que haveria de ser transparente. É a poesia do lixo guardado nas sacolas de supermercado, essas desgraçadas, que primeiro carregam compras caras — e depois seguem para o aterro,
a transportar o que não se quer mais.
Não há beleza nas palavras da poesia interna desta residência: pó, fuligem, louças sujas,
fios de cabelo a entupir os ralos do banheiro, fiapos brancos a mostrar que os tapetes precisam ser escovados. O resto do incenso queimado há um mês acaba de matar todo o glamour pretendido
pela poesia de dentro desta casa. Esta poesia que vive trancada nos armários, em meio aos papéis velhos onde as traças fazem a única festa de que se tem notícia nestes 80 metros quadrados.
A poesia se perde nos CDs fora de ordem, nas roupas lavadas, secas e empilhadas sem passar,
no ferro a vapor sem água, nos panos de prato usados e abandonados no tanque.
Há muitas canetas dentro da casa onde não há vontade de escrever. Existem as palavras que se seguem
e se repetem: pó, fuligem, migalhas de pão. Revistas velhas, contas espalhadas, extratos bancários,
bananas a ficar podres, rejuntes encardidos de azulejos: nada, nada, nada — nada dá à poesia desta casa
a menor chance de ser bela.Não há outra tarefa que reste à poesia de dentro desta casa,
senão a de ser: reflexo da alma desordenada.
por zero  18/06/04,  00:39

















"Quem vive sem loucura
não é tão sensato como pensa."
[ Duque de La Rochefoucauld ]

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